Resumo da Semana: notícias do mercado imobiliário corporativo #58

Apresentamos abaixo as notícias mais recentes do mercado imobiliário corporativo, de 07/01 a 13/01, além de artigos e conteúdos com temas relacionados.

Fundo imobiliário mostra resistência mesmo na crise

10 /01/2022 – Valor Econômico

Os fundos imobiliários têm contrariado a escrita de épocas passadas e resistido ao choque da elevação de juros pelo Banco Central. A base de investidores pessoas físicas desse segmento na bolsa, por exemplo, continuou crescendo mesmo nos momentos mais críticos de 2021, diferentemente da recessão entre 2015 e 2016, quando encolheu.

O número superou 1,5 milhão de pessoas em novembro, conforme os dados mais recentes da B3. Isso significa uma adição de 300 mil novos CPFs em relação a janeiro de 2021.

Na visão da sócia da Habitat Capital, Camila Almeida, mesmo diante de um cenário de incertezas no ano passado, o mercado teve um forte desempenho. Segundo ela.

“Tivemos mais de 30% de aumento de número de investidores, novos fundos saindo, uma quantidade recorde de emissões em 2021.”

Na avaliação do sócio do escritório NFA, Carlos Ferrari, especializado em operações imobiliárias, o crescimento da base mesmo em um período de crise mostra que os investidores passaram a olhar o segmento com um horizonte de mais longo prazo.

“É um olhar de ciclo imobiliário acompanhando o ciclo de juros.” Na análise do sócio da Valora Investimentos, Alessandro Vedrossi, “a gente percebe que a maioria das pessoas que aplicam em FIIs investe em uma expectativa de médio e longo prazo e está mais preocupada com o yield [percentual de retorno em relação ao valor da cota] do mês do que com a variação da cota”.

A sócia da Habitat acredita que, apesar da tendência de alta dos juros para a casa de dois dígitos neste ano, a quantidade de investidores vai se manter.

“Não acho que vai parar o crescimento da base, mesmo que o ritmo seja mais moderado. Os FIIs têm outros atrativos, como isenção de rendimentos mensais [recebidos pelas pessoas físicas] e a possibilidade de se investir no mercado imobiliário com valores baixos, por meio de cotas.”

Parte dessa resiliência pode ser atribuída aos dividendos distribuídos mensalmente pela maior parte dos portfólios.

Inflação fecha 2021 em 10,06%, a maior desde 2015 e bem acima da meta do BC

11 /01/2022 – Uol

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial no país, fechou 2021 a 10,06%, sob forte influência dos preços dos combustíveis. Esse é o maior nível para um ano desde 2015, quando foi de 10,67%.

Em 2020, a inflação foi de 4,52%. O resultado ficou bem acima do centro da meta estabelecida pelo Banco Central para o ano passado, que era de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.

Com o estouro da meta, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, terá que escrever uma carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, explicando os motivos de o objetivo não ter sido cumprido, a sexta vez que isso ocorre desde a criação do sistema de metas para a inflação, em 1999.

A última vez em que isso aconteceu foi em 2017, porém naquela ocasião, a carta teve de explicar por que a inflação terminou o ano abaixo do piso da meta, e não acima.

Em dezembro, a inflação foi de 0,73%, abaixo da taxa de 0,95% registrada em novembro. Em dezembro de 2020, a variação havia sido de 1,35%.

Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE e se referem às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos. Em conjunto, transportes, habitação, alimentação e bebidas responderam por cerca de 79% da inflação de 2021. O grupo vestuário (10,31%) fechou o ano com a quarta maior variação entre os grupos.

VBI vai priorizar neste ano investimento em escritórios

07/01 – Valor Econômico

A gestora de recursos VBI Real Estate vai priorizar, neste ano, a alocação de recursos para o segmento de escritórios corporativos ante o de galpões.

Rodrigo Abbud, sócio da gestora VBI: “O momento é para olhar a retomada de escritórios no médio prazo” — Foto: Silvia Zamboni/Valor

Na avaliação de Rodrigo Abbud, sócio da gestora, o momento pede mais cautela nos investimentos em galpões, diante do volume de produção do segmento no mercado.

Por outro lado, a VBI aposta em desenvolvimento de projetos de grandes lajes corporativas com entrega programada a partir de 2023, quando os preços de locação estarão em trajetória de alta na capital paulista.

Os aportes no segmento de escritórios somarão R$ 550 milhões de reais neste ano. Além dos R$ 300 milhões de reais já comprometidos com dois projetos em curso – um será entregue no fim do próximo ano, e o outro, com obras a serem iniciadas em 2022, ficará pronto em 2024 – estão previstos R$ 250 milhões de reais para desenvolvimentos nas regiões da Faria Lima, do Itaim Bibi e dos Jardins, na cidade de São Paulo.

Em 2021, os investimentos em escritórios somaram R$ 350 milhões de reais.

“No ano passado, o segmento viveu seu pior ponto da curva. O momento é para olhar a retomada de escritórios no médio prazo”, disse Abbud, citando que, depois de a taxa de vacância atingir o patamar recorde de 24%, caiu para 21%.“O mercado começa a dar sinais de recuperação”, afirmou.

Segundo o sócio da VBI, a recuperação total do mercado deve levar até três anos. Considerando-se empreendimentos prontos e em desenvolvimento, a gestora tem 50 mil m2 de área bruta locável em seu portfólio de escritórios, com valor dos ativos estimado em R$ 1 bilhão de reais.

Fundos imobiliários sobem 0,08% e recuperam parte da queda da sessão anterior

11/01 – Info Money

IFIX – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – fechou a sessão da última terça-feira, dia 11, com elevação de 0,08%, aos 2.754 pontos.

No pregão da  última segunda-feira, dia 10, o índice havia registrado queda de 0,27%. No mês, o indicador acumula baixa de 1,79%.

O segmento de fundos imobiliários ganhou, entre novembro e dezembro de 2021, 25.822 novos investidores, de acordo com o boletim mensal da B3, divulgado nesta segunda-feira (10). De acordo com o relatório, 1,540 milhão pessoas físicas investem em FIIs atualmente.

Nos últimos dois meses, a participação dos CPFs na base de investidores de fundos imobiliários aumentou de 72,7% para 73,2%. Os investidores institucionais aparecem na sequência, com 20,4%. Em relação ao volume negociado, as pessoas físicas são responsáveis por 65,1%.

Os investidores que ingressaram no mercado no início de dezembro puderam aproveitar a forte depreciação das cotas dos fundos imobiliários. Em novembro, o IFIX acumulou o quarto mês consecutivo de queda pela primeira vez desde que foi criado, em 2012.

De acordo com o boletim da B3, o valor de mercado dos fundos imobiliários naquele mês chegou a R$ 128 bilhões de reais, o menor nível desde 2021.

Na direção contrária do valor de mercado, que se recuperava em dezembro, o patrimônio líquido dos fundos imobiliários, que havia batido recorde em outubro, alcançando R$ 167 bilhões de reais, recuou em novembro para R$ 158 bilhões de reais.

Companhias usam lições da pandemia para se reorganizar

06/01 – Valor Econômico

Grandes empresas analisam o retorno aos escritórios diante dos desdobramentos da pandemia, mas a maioria sabe que nada será como antes.

Pesquisa do fundo de venture capital Atlântico indica que 64% das companhias latino-americanas devem apostar no trabalho completamente remoto nos próximos anos, parcela que era de apenas 9% antes da crise sanitária.

O levantamento, feito com líderes de recursos humanos de 524 organizações da região, sinaliza que as mudanças nas jornadas de trabalho serão grandes. O número de empregadores que vão adotar o modelo híbrido, com os dias da semana divididos entre casa e escritório, passou de 25%, antes da covid-19, para 31%.

Entre a liderança, o período longe do ambiente corporativo trouxe aprendizados como uma gestão mais descentralizada, com a garantia de maior autonomia para as equipes e planos baseados em metas.

O conceito work from everywhere (trabalhar de qualquer lugar, em português) também ganhou força nas corporações.

Para Rodrigo Pádua, vice-presidente global de gente e cultura do grupo Stefanini, multinacional brasileira de soluções digitais, com 27 mil funcionários em 41 países – 17 mil no Brasil.

“Antes da pandemia, tínhamos colaboradores que residiam em 480 cidades. Hoje, eles estão em 700 localidades, somente no Brasil. Não estamos falando em voltar aos escritórios, mas em um novo modelo de trabalho, que veio para ficar. Vamos continuar no formato híbrido este ano”

Cerca de 50% dos empregados do grupo permanecerão no padrão work from everywhere, seja 100% no home office ou totalmente no estilo híbrido.

“Esse será o nosso padrão definitivo.” Mas a ideia, destaca ele, é ter expedientes flexíveis, até porque existem profissionais que não se adaptam ao trabalho remoto e querem manter a configuração tradicional de produção.

Na sede da companhia, em São Paulo, já começou uma volta gradativa em pequenos grupos, que se reúnem para atividades pontuais, como reuniões de apresentação de resultados ou integração de novos executivos.

Pádua afirma que, nesses últimos meses, a organização vivenciou aprendizados importantes com relação à cultura do trabalho, com uma maior autonomia dos funcionários.

O distanciamento social também permitiu vantagens, como a flexibilidade de contratação de talentos que moram longe das sedes da companhia – um poder que chega em boa hora.

“Nos próximos anos, a guerra por talentos será um ponto a ser observado, especialmente com a área de tecnologia aquecida no mundo inteiro”, disse Pádua. Entre 2020 e 2021, a Stefanini admitiu cerca de três mil novos funcionários e comprou dez empresas.

ARTIGOS BUILDINGS

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Falamos sobre o mercado de alto padrão em São Paulo, taxa de vacância e novo estoque entregue. Relacionamos dados e fatos ocorridos e as tendências que surgiram ou se consolidaram a partir da pandemia. Para conferir, clique aqui.

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