As adaptações das empresas e espaços corporativos frente às novas formas de atuação dos profissionais
É comum reduzir as abordagens sobre o futuro do trabalho às perspectivas de novas profissões. Entretanto, as mudanças prometem ir além das carreiras inéditas, transformando todo o ecossistema corporativo?
Em todo o mundo, os locais de trabalho estão em constante transformação. Na transição dos escritórios individuais para o modelo open space, os pranchões compartilhados foram uma ruptura significativa. Antes, presidência, diretoria e gerência tinham o status hierárquico vinculado aos metros quadrados do escritório, à vista da janela e ao design sofisticado do mobiliário, em comparação com as baias operacionais. Com o avanço da substituição das estruturas organizacionais verticais para horizontais, paredes deram lugar aos workspaces abertos e o incentivo à colaboração ficou explícito na disposição das mesas e cadeiras. Continuando a espiral de mudanças, os movimentos atuais e as estimativas futuras dão cada vez mais força ao anywhere office, à mobilidade e à diversidade de ambientes.
A reorganização para formatos maleáveis é percebida em aspectos variados, deixando claro que há uma nova cultura em formação. Revolução digital, maior conectividade e novos comportamentos ampliam as possibilidades sobre onde e como trabalhamos. Até as contratações migram para modelos mais flexíveis, como o trabalho intermitente oficializado pela Reforma Trabalhista e o crescimento no número de profissionais adeptos do nomadismo digital. A atmosfera de modificações traz desafios ao facilities management, que precisa evoluir sua postura para um posicionamento mais estratégico e aproximar-se do RH, com a finalidade de dar atenção ao bem-estar dos colaboradores e à construção de um escritório com foco na performance.
Além de repensar espaços e focar em um escritório que facilite o acompanhamento das mudanças, o futuro corporativo também envolve um gerenciamento apoiado em métricas. Mensurar a utilização de posições de trabalho, salas de reunião e áreas de convívio ainda é uma realidade incipiente, mas que promete expansão e aprofundamento. A edição 2018 do Optimaze Workplace Review, pesquisa sobre a utilização espaço de trabalho realizada com dados de 16 países e mais de 800 estudos observatórios, trouxe informações que corroboram
com as perspectivas de mudanças contínuas. Enquanto os entrevistados afirmaram trabalhar 86% do tempo no escritório e 6% no home office, a resposta sobre onde eles gostariam de trabalhar revelou uma preferência de 64% para o escritório e 21% para o home office. Junto ao crescimento do trabalho à distância, há também o aumento dos coworkings e as revisões cíclicas dos processos que influenciam o uso do escritório.
No novo ambiente corporativo, reduzir posições de trabalho não será sinônimo de crise. Um negócio em franco crescimento poderá diminuir o escritório e otimizar a gestão de recursos ao incentivar que o profissional possa trabalhar e performar onde preferir. Aliar propósito, cultura corporativa e ambiente será um movimento de priorização da experiência e da satisfação dos colaboradores, assim como das necessidades estratégicas do negócio. Para isso, o entendimento sobre as dinâmicas da empresa é – e continuará sendo – um passo importante para a customização de soluções e para o foco em desempenho. Assimilar que cada momento do negócio tem demandas específicas viabiliza uma versatilidade inteligente para o escritório e isso será premissa gerencial. Os planejamentos de longo prazo já estão sendo substituídos pela agilidade e flexibilidade dos projetos. As tomadas de decisão apoiadas em rigidez não fazem mais sentido frente à imprevisibilidade dos cenários acelerados. Caminhamos para uma perspectiva de futuro ainda mais influenciado por mudanças constantes e transformação de negócios. O futuro exigirá espaços de trabalho mais dinâmicos, versáteis, eficientes e ágeis, com o objetivo de acompanhar e criar novidades.
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